Uma pequena leitora...

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Israel x Palestina

Por que é importante definir territórios? E estabelecer identidades nacionais? E governo próprio?
A concepção mais comum de território (na ciência geográfica) é a de uma divisão administrativa. Através de relações de poder, são criadas fronteiras entre países, regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. Para Friedrich Ratzel, o território representa uma porção do espaço terrestre identificada pela posse, sendo uma área de domínio de uma comunidade ou Estado.

Afinal de contas, o que é um Estado-Nação? Sempre existiram? Quais são suas principais características? Quando começaram a ser importantes para história da Europa e da América? 
A ideia de Estado-Nação nasceu na Europa em finais do século XVII e início do século XIX. Provém ao conceito de ''Estado Razão'' do iluminismo, diferente da ''Razão de Estado dos século XVI e XVII.A razão passou a ser a força constituidora da dinâmica do Estado Nação, principalmente ao nível da administração dos povos. A ideia de pertença a um grupo de cultura, lingua e historia próprias a uma nação foi sempre umas das marcas do europeus nos últimos séculos, ideal que acabariam por transportar suas projeções coloniais. Há um efeito psicológico na emergência do Estado-Nação, pois a pertença do indivíduo a tal estrutura confere-lhe segurança e certeza, enquadramento e referência civilizacional. 

O que é um Estado laico?
Estado laico significa um país ou nação com uma posição neutra no campo religioso. Um Estado laico defende a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos e não permite a interferência de correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais.

A guerra de 1984:
Em 29 de novembro de 1947, um dia após a votação da Partilha da Palestina pelas Nações Unidas, o colono judeu Ehud Avriel foi convocado a comparecer diante da Agência Judaica, organização que representava os judeus da Palestina, antes da criação de Israel. Ele foi recebido por um homem robusto, de cabelos desgrenhados e grisalhos. Seu nome era Davi Ben Gurion, o líder supremo dos sionistas. Nascido na Polônia, ele fugira do anti-semitismo e dos pogroms (perseguição em massa) europeus em 1909, migrando para a Terra Santa. Lá, com seu carisma e liderança, tornou-se a encarnação viva da causa sionista. “Daqui a seis meses, declararemos a independência de Israel. Nesse mesmo dia, cinco exércitos árabes nos atacarão”, previu Ben Gurion, com incrível exatidão. “Se não conseguirmos obter armas com a máxima urgência, seremos aniquilados.” E
A guerra de 1957:
Guerra de Suez envolveu Israel, França e Inglaterra na disputa com o Egito pelo domínio de seu canal, o Canal de Suez. O motivo da guerra foi o desejo das nações capitalistas controlarem um ponto estratégico no Mar Vermelho, que permite ligar Europa à Ásia sem precisar contornar a África.

A guerra dos 6 dias de 1967:
Logo após a formação do Estado de Israel, os palestinos passaram a sofrer com as tensões e disputas recorrentes a esse complicado processo de ocupação territorial. Mediante o aval das grandes potências econômicas e bélicas do mundo, os israelenses obtiveram o privilégio de controlar parte do território palestino. Dessa maneira, desde 1949, a região da Palestina se transformou em um cenário onde as hostilidades e conflitos entre judeus e árabes se tornaram bastante comuns. 

Impossibilitados de fazer frente ao amplo apoio internacional angariado pelo novo Estado judeu, os palestinos criaram um movimento que reivindicava a criação de um Estado Palestino. O Al Fatah, teve entre seus principais articuladores a classe média palestina que foi obrigada a se retirar da região por conta do clima de intensa disputa e guerra. O termo fatah, que em árabe significa “guerra santa” ou “luta armada” também faz referência às iniciais do Movimento para a Libertação da Palestina. 
Após a investida israelense, o Egito colocou suas Forças Armadas prontas para o combate. Em maio daquele mesmo ano, a Jordânia e a Síria estabeleceram um Acordo de Defesa Mútua com o governo egípcio. 
Yon Kippum de 1973:
Em 1970, morreu no Egito o presidente Nasser. Seu sucessor, Anuar Sadat, imprimiria uma política mais pragmática. Sua preocupação inicial foi recuperar os territórios perdidos para Israel durante a Guerra dos Seis Dias. Com esse objetivo, o Egito e a Síria arquitetaram uma nova ofensiva militar contra Israel.
O ataque foi em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur, ou Dia do Perdão. A Guerra do Yom Kippur começou com uma ampla vantagem para os árabes. A Síria conseguiu recuperar as Colinas do Golã, ao passo que o Egito tomou de volta um trecho da península do Sinai. Os israelenses reverteram à situação com a ajuda dos Estados Unidos. Depois de duas semanas, o exército de Israel já havia retomado as colinas do Golã e do Sinai, com exceção de uma estreita faixa junto à margem oriental do canal de Suez.

O que foi a Primavera Árabe:
 Primavera Árabe não se trata de um evento, de algo breve ou de uma estação do ano, trata-se de um período de transformações históricas nos rumos da política mundial. Entende-se por Primavera Árabe a onda de protestos e revoluções ocorridas no Oriente Médio e norte do continente africano em que a população foi às ruas para derrubar ditadores ou reinvindicar melhores condições sociais de vida.
Tudo começou em dezembro de 2010 na Tunísia, com a derrubada do ditador Zine El Abidini Ben Ali. Em seguida, a onda de protestos se arrastou para outros países. No total, entre países que passaram e que ainda estão passando por suas revoluções, somam-se à Tunísia: Líbia, Egito, Argélia, Iêmen, Marrocos, Bahrein, Síria, Jordânia e Omã. 

Principais líderes no contexto dos conflitos:

Yasser arafat


marwan barghouti

benjamin netanyahu


ariel sharon


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Biografia Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em 19 de Abril de 1886, em Recife-PE, na Rua da Ventura (atual Rua Joaquim Nabuco), filho de Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e Francelina Ribeiro de Sousa Bandeira.
Sua família deixaria o Recife em 1890 para morar no Rio de Janeiro e voltaria dois anos depois para Pernambuco, quando ele viria a estudar no colégio das Irmãs Barros Barreto e depois no Virglinio Marques Carneiro Leão, na Rua da Matriz.
Em 1896 a família muda-se novamente para o Rio, onde frequenta o Externato do Ginásio Nacional (hoje Colégio Pedro II). Neste mesmo ano, com 10 anos de idade, o poeta publica o seu primeiro poema, um soneto em alexandrinos que sai na primeira página do Correio da Manhã.
Em 1903 iria para São Paulo estudar na Escola Politécnica e em 1908 iniciaria sua preparação para se tornar um arquiteto, começa a trabalhar nos escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana e toma aulas de desenho de ornato no Liceu de Artes e Ofícios. Porém um ano depois teria que abandonar os estudos, pois adoece dos pulmões. Devido a este fato vai em busca dos climas serranos do Rio de Janeiro: Campanha, Teresópolis, Maranguape, Uruquê, Quixeramobim.
Dez anos mais tarde, em 1913, embarca em junho para a Europa a fim de se tratar no sanatório de Clavadel, onde reaprende o alemão que estudara no ginásio. No ano seguinte volta ao Brasil devido à Guerra, vindo morar novamente no Rio.
Perde a mãe em 1916, a irmã em 1918 e o pai em 1920. Neste meio tempo, em 1917 mais precisamente, publica seu primeiro livro “A cinza das horas”
Em 1921 conhece Mário de Andrade, com quem já se correspondia, porém não participa da Semana de Arte Moderna, em 1922. Neste mesmo ano falece seu irmão.
Nos dois anos seguintes, publica poesias, artigos e críticas, e começa a ganhar dinheiro com literatura, por insistência de Mário de Andrade. Em 1931 escreve crônicas semanais para o Diário Nacional e críticas de cinema para o Diário da Noite, do Rio.
Em 1935 é nomeado pelo Ministro Capanema inspetor de ensino secundário e no ano seguinte é homenageado pelos seus 50 anos através da publicação de exemplares um pormas, estudos críticos, comentários e impressões sobre o poeta.
Nos anos seguintes receberia outras nomeações e prêmios literários, reconhecendo seu trabalho como escritor e crítico literário. Viria também a estrear como crítico de artes plásticas no ano de 1941. A obra escrita do autor foi muito vasta e rica, e até hoje é de grande importância para os estudos de literatura brasileira.
Em 1968 Manuel Bandeira falece no Hospital Samaritano, em Botafogo, às 12 horas e 50 minutos, do dia 13 de outubro, sendo sepultado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.

Biografia de Carlos Drummond de Andrade


Carlos Drummond de Andrade
 nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.


Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, noJornal do Brasil.O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros deDrummondAlguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.

Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. EmSentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo(1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.

Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.

Em mão contrária traduziu os seguintes autores estrangeiros: Balzac (Les Paysans, 1845; Os camponeses), Choderlos de Laclos (Les Liaisons dangereuses, 1782; As relações perigosas), Marcel Proust (La Fugitive, 1925; A fugitiva), García Lorca (Doña Rosita, la soltera o el lenguaje de las flores, 1935; Dona Rosita, a solteira), François Mauriac (Thérèse Desqueyroux, 1927; Uma gota de veneno) e Molière (Les Fourberies de Scapin, 1677; Artimanhas de Scapino).

Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.

Versos à boca da noite

Sinto que o tempo sobre mim abate 
sua mão pesada. Rugas, dentes, calva. 
Uma aceitação maior de tudo, 
e o medo de novas descubertas. 

Escreverei sonetos de madureza? 
Darei aos outros a ilusão de calma? 
Serei sempre louco? sempre mentiroso? 
Acreditarei em mitos? Zombarei do mundo? 

Há muito suspeitei o velho em mim. 
Ainda criança, já me atormentava. 
Hoje estou só. Nenhum menino salta 
de minha vida, para restaurá-la. 

Mas se eu pudesse recomençar o dia! 
Usar de novo minha adoração, 
meu grito, minha fome¿Vejo tudo 
impossível e nítido, no espaço. 

Lá onde não chegou minha ironia, 
entre ídolos de rosto carregado, 
ficaste, explicação de minha vida, 
como os objetos perdidos na rua. 

As experiências se multiplicaram: 
viagens, furtos, altas solidões, 
o desespero, agora cristal frio, 
a melancolia, amada e repelida, 
e tanta indecisão entre dois mares, 
entre duas mulheres, duas roupas. 
Toda essa mão para fazer um gesto 
que de tão frágil nunca se modela,
e fica inerte, zona de desejo 
selada por arbustos agressivos. 
(Um homen se contempla sem amor, 
se despe sem qualquer curiosidade.) 


Mas vêm o tempo e a idéia de passado 
visitar-te na curva de um jardim. 
Vem a recordação, e te penetra 
dentro de um cinema, subitamente.

E as memórias escorrem do pescoço, 
do paletó, da guerra, do arco-íris; 
enroscam-se no sonho e te perseguem, 
à busca de pupíla que as reflita. 

E depois das memórias vem o tempo 
trazer novo sortimento de memórias, 
até que, fatigado, te recuses 
e não sabias se a vida é ou foi. 

Esta casa, que miras de passagem, 
estará no Acre? na Argentina? em ti? 
que palavra escutaste, e onde, quando? 
seria indiferente ou solidária? 

Um pedaço di ti rompe a neblina, 
voa talvez para a Bahia e deixa 
outros pedaços, dissolvidos no atlas, 
em País-do-Riso e em tua ama preta. 

Que confusão de coisas ao crepúscolo! 
Que riqueza! sem préstimo, é verdade. 
Bom seria captá-las e compô-las 
num todo sábio, posto que sensível: 

uma ordem, uma luz, uma alegria 
baixando sôbre o peito despojado. 
E já não era o furor dos vinte anos 
nem a renúncia às coisas que elegeu, 

mas a penetração no lenho dócil, 
um mergulho em piscína, sem esforço, 
um achado sem dor, uma fusão, 
tal uma inteligência do universo 

comprada em sal, em rugas e cabelo.

Consolo Na Praia-Carlos Drummond de Andrade

Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento…
Dorme, meu filho.